Todos temos nossas gavetas. O que está guardado nelas? Que surpresas elas nos guardam? Que revelações nos a-guardam dentro delas? De que forma elas nos olham, e o que somos quando elas nos guardam? Numa poética do espaço e no devaneio da alma, a gaveta, imagem de uma intimidade mais profunda, é um tema essencialmente bachelardiano. Qual é a “metáfora gaveta”? O que afinal tirar das gavetas?
A gaveta, toda gaveta, lança-nos no dinamismo psíquico expresso pela palavra “dentro” e pela dialética de continente e conteúdo, ambos tão caros à psicologia profunda. Na gaveta está a análise da intimidade: a gaveta e seus mitos.
Gustavo Barcellos