Sentir coisas, ficar comovido, emocionado ou atormentado, ter emoções, emocionar. Ódio, alegria, raiva, tristeza, júbilo, inveja, medo, vergonha, fúria. Emoções são a própria coisa da alma, sua matéria, sua verdade. Com elas trabalha-se na psicoterapia, com elas nos aproximamos da alma. Com elas a alma fica profunda e nós, complexos. Na psicologia, as relações entre alma e complexo compõem e definem para nós nossas emoções.
As emoções nos libertam. Também nos aprisionam. Elas nos desarranjam, são trabalhosas, perturbam, não são confiáveis e por isso mesmo são reprimidas e banidas se o projeto for de racionalidade e coerência. Muitas vezes é difícil saber ou até entender o que sentimos, e ficamos tomados por emoções. Ainda assim, queremos nos emocionar, e por isso lemos livros, vamos ao cinema, ouvimos música, entramos nos relacionamentos, buscamos o amor e, nele, sofremos.
Muito mais as emoções que as idéias nos levam aos extremos da existência, às reinvenções e às revoluções, pessoais e coletivas. Percebemos assim que o poder de uma emoção é… mover. Por uma emoção, algo se move, em nós e no mundo.
Gustavo Barcellos